Temos o hábito de acreditar que o outro é culpado pelo que sentimos. As emoções estão a todo momento em nossas vidas, a questão é como lidamos com ela.

Temos o hábito de acreditar que o outro é culpado pelo que sentimos. Costumamos dizer que fomos ofendidos, rejeitado, desrespeitado, atacado, coagido, manipulado, molestado, excluído, forçado, ignorado, pressionado etc. Na verdade, essas palavras não expressam sentimentos e sim um pensamento, uma forma de perceber ou a crença do que eu acho que alguém está fazendo comigo. Em CNV chamamos de pseudosentimentos.

Fica difícil mudar isso porque durante nossa infância, adolescência e idade adulta tem sido mostrado que esta era a forma de expressarmos sentimentos e o que é pior, nessa linguagem nos alienamos com a vida.

Muitas pessoas acreditam que não podemos ter emoções e nem as expressar, principalmente no mundo corporativo, por isso na minha percepção já desde muito pequenos somos levados a reprimir as emoções, os sentimentos e as necessidades e daí acabamos por não saber lidar com elas, acabamos em várias ocasiões em culpar alguém pelo que sentimos. As emoções estão a todo momento em nossas vidas, agora a maneira como você lida com elas é que é a questão.

As emoções lembram que temos sentimentos e necessidades e várias pessoas se sentem sobrecarregadas pelas emoções, pois se sentem temerosas de expressar sentimentos e incapazes de lidar com eles por acreditar que eles impedem um comportamento adequado.

Diariamente vivemos emoções, seja no trabalho, na escola, no trânsito, nas relações de um modo geral e na medida que a intensidade do nível de estresse é maior, as emoções serão crescentes. Podemos hoje perceber as pessoas mais estressadas, que está cada vez mais complicado se conectar com o que sente, respirar, dar um passo para trás antes de falar e tomar qualquer atitude compassiva, está cada vez menor ou quase não existe, porque já se arma ou fica na defensiva quando se está em uma interação. Percebemos também que na medida que fica cada vez mais difícil lidar com as emoções as pessoas têm recorrido, às drogas, ao álcool, à comida, aos medicamentos, porque acreditam que elas podem ser uma solução. O que vemos é a desregulação emocional, ou seja, a dificuldade ou a inabilidade de lidar com as situações, sabendo processar as emoções com segurança e proteção. Nesse contexto tanto pode se manifestar na intransigência ou na passividade.

Quando somos autorresponsáveis temos a clareza e a certeza de que somos o único responsável pelos nossos sentimentos e que o outro é só o estímulo. Quando assumimos a responsabilidade pelos nossos sentimentos deixamos de ver os outros como culpados ou inimigos.

Para sermos autorresponsáveis precisamos aprender a identificar, desenvolver ou potencializar nossas emoções, sentimentos, necessidades e saber como colocar para o outro de forma autêntica o que precisamos, sem culpar ninguém.

Desejo lhe deixar um convite para exercitar os sentimentos:

Diariamente no final do dia, parar por 10 minutos, e refletir nas situações que mais lhe deixaram incomodado, perceber o sentimento mais forte que veio. Adiante uma lista de sentimentos que poderá lhe ajudar a sair do lugar de culpar alguém pelo que sente.

Fonte: Baralho Grok  e IIT 2019