Você sabia que infelizmente a maioria de nós não é ensinada a se dar conta das nossas necessidades? Só podemos ser ensinados por quem tenha aprendido e repassado. Se não aprenderam, como podem ensinar?
Você sabia que infelizmente a maioria de nós não é ensinada a se dar conta das nossas necessidades?
Lembre-se, só podemos ser ensinados quando as pessoas que nos criaram, que fizeram parte da nossa trajetória, tenham aprendido e repassado. Se eles não aprenderam, como poderão ensinar?
Agora será que podemos melhorar?
Estamos acostumados a ver o que está de errado no outro, sempre que nossas necessidades não são atendidas e não que algo está faltando para mim. Então, se desejamos que as coisas da casa sejam colocadas nos seus devidos lugares e evitar de deixar as roupas sujas espalhadas no chão, mas sim colocadas no cesto para lavar, taxamos nossos filhos e outras pessoas de preguiçosas por deixar as coisas largadas pela casa, ou qualquer outro lugar. No trabalho taxamos de folgados as pessoas que não pedem licença, que não dizem obrigado, quando na verdade necessitamos de respeito e consideração.
Para começar podemos definir o que são valores. Pela sociologia, os valores são “Os ideais e costumes de uma sociedade para os quais as pessoas têm uma consideração especial”. Para Richard Barrett, que estuda também essa área, define valores como “Um método simplificado de descrever o que é importante para nós individual ou coletivamente”. Podemos colocar que os valores são universais e: eles transcendem contextos. Podemos ter valores fixos e valores de acordo com o momento em que estejamos. Por exemplo, uma pessoa que estava trabalhando e perde o emprego o valor dela de contribuição pode ser abalado, pois ela irá precisar se voltar para buscar outro emprego ou fazer algo e com isso a contribuição pode deixar de ser uma prioridade. Lembre-se, não que ele deixe de existir, mas ele passa para uma outra escala.
Por outro lado, temos a necessidade que é algo que desejamos conseguir, ter ou experimentar que acreditamos poderá aliviar nosso sofrimento ou estresse ou nos fará mais feliz.
Um dos pesquisadores a estabelecer as necessidades com valores foi Abraham Maslow (1908-70), filósofo, porta voz da psicologia humanista e positiva e identificou dois níveis de necessidades básicas. Necessidades básicas ou deficientes e necessidades de crescimento ou do “ser”.
A necessidade básica é algo que preciso obter em grande quantidade para que a pessoa se sinta segura, feliz e confortável, dentro do seu contexto físico-social. Já a necessidade de crescimento é algo que a pessoa deseja ter para estar de acordo com o seu eu interno, ou seja, estar em paz ou tranquilo consigo mesmo e perceber o quanto ele está contribuindo para o mundo. Na medida que a pessoa supri a necessidade básica ela vai evoluindo, caso não consiga isso gera ansiedade e medo e mantém-se lá enquanto essa necessidade não for suprida. Já a medida que as necessidades básicas forem sendo supridas a pessoa vai chegando às necessidades de crescimento e vai evoluindo gradativamente. Lembrando que se algum momento ela tiver uma situação de estresse algumas dessas necessidades podem mudar de prioridade novamente. Na medida que a pessoa satisfaz as necessidades de crescimento ela caminha para o processo de autorrealização.
Segundo Maslow, as necessidades básicas e de crescimento é que “A natureza superior do homem se apoia em sua natureza inferior, pois ela precisa desta como base… A melhor maneira de desenvolver essa natureza superior é primeiramente satisfazer e gratificar a natureza inferior”.
Adiante uma tabela com as necessidades básicas e necessidades de crescimento.
Tipos de Necessidades | Níveis de Desenvolvimento | Exigência da necessidade |
Necessidades de Crescimento (SER) | Autorrealização | Deixar um legado, ter vivido com propósito |
Conhecer e Compreender | Realização de propósito | |
Necessidades Básicas (DEFICIENTES) | Autoestima | Necessidade emocional e ser reconhecido pelo outro |
Amar e Pertencer | Sentir-se protegido e conectado | |
Segurança | Sentir-se seguro e confortável | |
Necessidades fisiológicas | Manter-se vivo e saudável |
De acordo com a nossa evolução passamos por todos estes estágios:
Bebê – luta pela sobrevivência, ou seja, chora para receber comida, troca de fralda, para se manter vivo.
Criança – valoriza a segurança e o amor, quando se inicia os relacionamentos interpessoais, busca ser aceita e amada.
Adolescente – valoriza o reconhecimento, construção da autoimagem, busca o respeito.
Jovem adulto – valoriza a aventura e oportunidades. Deseja liberdade, autonomia e igualdade.
Adulto – busca significado e propósito.
Buscar descobrir nossas necessidades e valores é de suma importância para deixarmos de culpar os outros por não sabermos delas e com isso só conseguimos gerar conflitos. Quando não se valoriza a própria necessidade, não será possível valorizar a do outro.
De acordo com Marshall Rosenberg um elemento muito importante é reconhecer nossas necessidades por trás dos sentimentos. O que o outro fala para mim é um estimulo, mas jamais a causa do nosso sentimento. Como você se percebe nesse contexto?
- Culpa a si mesmo?
- Culpa o outro?
- Percebe seu sentimento e necessidade?
- Percebe o sentimento e a necessidade escondidos atrás da mensagem ruim?
Estou aqui para provocar uma reflexão se vale a pena fazer uma mudança, na forma como você recebe a fala e na forma como você se dirige ao outro, se tem pleno conhecimento de suas necessidades e valores.
Lembrando que ninguém muda, só você. E não adianta querer a mudança e fazer uma vez porque o outro não mudou. Se for assim, iremos continuar com mais conflitos do que já existem no mundo.