Eu tentei, mas não consegui!

Eu tentei, mas não consegui!

Eu tentei, mas não consegui!

Quem diz que tenta fazer alguma coisa, na verdade não faz. Por que isso acontece?

Bem, para iniciar essa reflexão, vamos começar pelo título. Quem diz que tenta fazer alguma coisa, na verdade não faz. Digo isso a meus clientes que me vêm com essa frase: “Ah, Wania, tentei fazer a tarefa, mas não consegui”. Na verdade, essa é uma desculpa de quem lá no fundo da alma evita agir. Agir dá trabalho, mudar de direção dá trabalho, prestar atenção aos pensamentos, sentimentos, atos e atitudes dá trabalho. Fazemos uma vez e, porque não deu certo, deixamos de lado e dizemos que tentamos.

Por que isso ocorre? Porque estamos sempre no modo automático e mudar a chave depende do quanto desejamos a mudança, quais os ganhos que teremos com ela e como podemos fazer com menos dor e trabalho. Vemos e agimos por filtros. Mas como isso acontece?

Fazendo uma reflexão a partir de Abraham Maslow, que nos fala das necessidades básicas, e de Richard Barret, sobre os níveis de consciência, quer nossas necessidades básicas sejam ou não atendidas, nós criamos nossos valores e crenças. A partir deles criamos nossos pensamentos, sentimentos, sensações e emoções, e deles desenvolvemos comportamentos e ações. Richard Barret diz que se temos valores potencialmente limitantes podemos comprometer nossos comportamentos e ações.

Um exemplo: uma pessoa que foi criada em uma família em que os pais, desde sua infância, não nutriam sua necessidade de sentir-se protegida e amada, se essa pessoa era deixada sozinha e não valorizada por suas conquistas, ela pode criar uma limitação na forma como interage com o outro, porque ela precisa que gostem dela.

Ser gostado: a necessidade de uma pessoa ser querida pelos outros pode levá-la a situações em que compromete seus valores para agradar outros. Isso pode resultar em falta de abertura e honestidade com eles.

Segundo Richard Barret, nossos valores refletem o que é mais importante para nós e também descrevem nossas motivações individuais; juntamente com nossas crenças, eles orientam nossa tomada de decisão, que, na realidade, eu prefiro chamar de escolhas.

Ele coloca que, na medida em que desenvolvemos nossa autopercepção e superamos ou eliminamos crenças baseadas em medos, fazermos uma ascendência.

É importante aprendermos sobre nossas necessidades, sentimentos, sensações e emoções para que possamos perceber como estamos interagindo com nós mesmos e com o outro, se estamos agindo para suprir uma necessidade que é nossa.

E o que isso tem haver com tentar e fazer. Como estamos no piloto automático, acabamos por termos comportamentos e ações baseados nos valores e crenças que criamos ao longo da vida e acreditamos ser impossível mudá-los, sob o risco de perdermos nossa identidade. Existem alguns valores que podem ser fixos e outros que mudam conforme alcançamos um nível de consciência, ou seja, que amadurecemos. Não estou aqui falando de maturidade cronológica e, sim, de maturidade interna, de prontidão, de crescimento interno, de evolução como ser humano. E existem valores que mudam conforme nossas necessidades são atendidas em determinados momentos da nossa vida. Mudar é difícil, mas não impossível.

Adiante um quadro que talvez possa ajudá-lo a refletir:

É importante acreditar que essa mudança trará benefícios à nossa vida, que é a consciência e o entendimento de que as escolhas são única e exclusivamente nossas; percebermos que a vida que levamos é de nossa inteira responsabilidade e que precisamos deixar de tentar para realmente fazer.

Você quer que os outros mudem? Comece por você.

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